Olhem para isto
Desabafos de um paranoico, esquizófrenico, tarado, com a mania que é artista e que é incapaz de perceber porque é que as pessoas não conseguem ser o que dizem que são mas apenas o que lhes interessa ser no momento.
De novo sou novo...
Esta dor de cabeça constante, provocada pela ansiedade de poder ser quem sou, sufocado por este caminho ás cegas de saber sozinho por onde vou. Sem rumo sem destino a todo momento sabendo onde estou, provocado pela ansiedade de saber se estou a ser quem sou. Calado observo tudo , fingindo-me de cego, surdo e ás vezes mudo, das vozes que não consigo calar. As vozes que comigo vivem e não se calam. Serão elas que provocam esta ansiedade de poder ser quem sou, deste rumo que escolhi sem saber o destino para onde vou. Mas não interessa o destino quando a viagem é a recompensa, só queria parar estas vozes e nem de forma intensa, apenas para descansar e ser quem sou. Ouvir-me na claridade de saber o que antes se pensou, no fundo calar todas as outras vozes que não sou eu. Pedaços de mim talvez, que se perdem com o passar do tempo. Que nunca foram eu, apesar de fazerem parte de mim. Sigo rumo ás escuras na ansiedade de procurar a luz de abrir uma brecha e então fazer juz. Fazer juz a tudo o que sou. Parar a dor de cabeça constante e fazer algumas vozes adormecidas. Todas aquelas que já foram ou são esquecidas. Deixar-me ser assim mas sem as vozes que me causam este barulho e enchem de entulho os pensamentos que se querem claros. Seguir em frente de novo, porque sou novo, em mim de novo.