Olhem para isto
Desabafos de um paranoico, esquizófrenico, tarado, com a mania que é artista e que é incapaz de perceber porque é que as pessoas não conseguem ser o que dizem que são mas apenas o que lhes interessa ser no momento.
Realidades virtuais
Parece-me que cada vez mais, na tentativa de tornar as suas vidas menos anónimas, as pessoas parecem escolher as realidades virtuais como a sua realidade de preferência e/ou até mesmo a sua realidade de referência.
O fenómeno das "comunidades" virtuais onde se adicionam amigos que não passam de uma lista de contactos, que por sua vez possibilitam a transmissão de idéias, opiniões e feitos, de uma maneira fácil e rápida. Nestas comunidades onde cada vez mais servem de desculpa para se entupir com lixo informativo sobre indivíduos que se acham interessantes, partilhando com os outros tudo sobre a sua vida. Actualizam-se estados ao segundo atravez do facilitismo técnológico e perdem o discernimento do que pode ser de interesse comum ou até mesmo interesse partilhado, passando a comentar tudo aquilo que lhes apetece e partilhando tudo aquilo que não interessa a ninguém.
Quero lá eu saber o que comeram ao almoço ou o estado do animal de estimação, interessa a alguém o que o outro faz no escritório ou até mesmo os horários das suas rotinas diárias?! Será que o facilitismo faz perder o discernimento da vida pública e daquilo que deve ser privado? Ou será que na virtualidade tudo se partilha, até mesmo quantas vezes cuidam da sua higiene?! Na ansia de não serem anónimos as pessoas desdobram-se em esforços para que se deiam a conhecer sem fazerem um filtro sobre aquilo que é informação relevante ou simples entulho informativo.
Depois disto começam a aparecer fenómenos como queixarem-se dos comentários que recebem á sua vida dita privada, quando esta aparece escarrapachada num local público, ou simplesmente de receberem comentários de pessoas que até nem lhes dizem muito mas é sempre bonito ter uma listagem enorme de "amigos". Aparecem então revoltosos contra estes comportamentos virtuais aqueles que escolhem passar a maior parte do tempo a falar com as pessoas atravez de um ecrã ao invéz do contacto real com a vida. Poderá quase comparar-se áqueles que vivem atravez dos livros que lêem, mas esses ao menos adquirem algum tipo de conhecimento mesmo que a sua experiência passe sempre por algo que leu em algum sítio.
Na minha consideração estas pessoas não vivem realmente a vida mas escolhem viver numa realidade virtual com uma ilusão que a conseguem controlar á sua escolha, ou pelo menos conseguem escolher a comunidade que mais lhes pareça similar á sua idéia de realidade.