Olhem para isto
Desabafos de um paranoico, esquizófrenico, tarado, com a mania que é artista e que é incapaz de perceber porque é que as pessoas não conseguem ser o que dizem que são mas apenas o que lhes interessa ser no momento.
Recados nossos...
Números, letras, datas e frases apagados numa simples confirmação do desejo de esquecer. Mas a memória pega-nos sempre uma partida. A espreita sempre continua a lembrança de algo que sabia tão bem parecendo tão correto. Recados nossos que já não habitam em morada fixa senão perdidos, resistindo ao esquecimento, se escondem na persistência da memória.
A mente não tem forma de ser apagada, ela apenas pode ser distraida, não existe o botão de confirmação ao esquecimento. Essa tem sempre forma de ser avivada, seja uma música, uma cor, um cheiro, um sabor, um som, um local, uma musica, uma situação, uma palavra, um nome, um sonho, uma leve semelhança e lá se encontra o sentimento que nos aquece ou nos derrota, pois o resto já não importa lá está a falta da lembrança.
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Um homem tambem chora...
Choro por amor, choro pela perda de alguém que me diz muito, choro por não conseguir sequer dizer uma palavra que não me venha as lágrimas aos olhos... Contenho-me e a única coisa que sai de mim é raiva, revolta... Por não me querer deixar desprotegido de novo ataco, firo, insulto alguem que não merece isso de mim... Mas sou homem e não posso chorar, então revolto-me...
A angustia por não poder ser indefeso perante um mundo cruel, faz-me chorar... Mas este sentimento, esta expressão de tristeza, tornou-se simbolo de ser alguém indefeso, de ser alguém que não sabe se colocar de pé e seguir em frente com o seu caminho...
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Tiro no escuro...
Era um guerra de ódios injustificados, baseados nas avenças de razões a muito esquecidas. Ultimamente é a era do olhar desconfiado, nunca se reconheceu qualquer bondade do outro lado, o olhar de lado constante, a desconfiança, os ódios...
Era a história de uma criança que brincava, que na sua felicidade, na sua inocencia... Criada no meio deste cenário de ódios e desconfianças. Com seus olhos inocentes olhava para o outro lado dos muros altos que se tinham erguido de guerras anteriores. Sem saber de nada, a curiosidade e a sua bondade levou-a a estender o braço sem sentir diferença no ar, sem sentir diferença no chão, sem notar a diferença entre as crianças que brincavam do outro lado...
No meio de uma guerra de ódios nem uma bala tinha sido disparada... Mas cresceu com os ódios, as desconfianças... tornou-se adulta, perdeu a inocencia... Tornou-se igual ao seu lado do muro... fechou as janelas, fechou as portas... deixou-se ficar por detraz do medo injustificado que o poder lhe deu durante todos estes anos...
Um tiro no escuro, que ecoou num espaço vazio, deixado por algo abandonado há muito tempo, um espaço vazio, fechado sem portas janelas ou pontes...